segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Portugal - Ganhar as Eleições sem Ter a Vitória

Os dados estáo lançados / Alea jacta est
A maioria do portugueses é hoje de esquerda, isso impossibilita o PSD-PP de governar a seu bel prazer de acordo com a sua agenda, pelo que do parlamento que agora se forma com as eleições de 4 de outubro, sairá nomeado pelo Presidente da República um líder para formar o futuro governo.

No sistema parlamentarista não é per si, que quem tenha o maior número de votos à partida que caberá a missão de formar governo, mas sim, deverá ser aquele que conseguir reunir consensos para um governo estável, isto só é possível à esquerda com António Costa, a menos que o Presidente Cavaco Silva queira condenar o Portugal a um governo de gestão limitado nas suas funções, e consequentemente a novas eleições em Abril ou Maio do ano que vem.

Como disse, os dados estão lançados, e ainda é cedo para a direita cantar vitória. até porque também a coligação do governo PSD-PP, ainda que sendo a mais votada, é claramente perdedora, visto ter perdido a maioria absoluta e a confiança da grande maioria dos portugueses, tanto no que se refere aos votos úteis, como brancos, nulos e sobretudo a abstenção que foi superior a 43% do total de eleitores.

Há inequivocamente um ganhador sem Vitória e um perdedor sem derrota, em suma há um empate político e um impasse histórico, eis o rescaldo das eleições de 4 de outubro.

A Realidade tem que ser encarada de Frente, e os dados devem ser lidos com seriedade e sobretudo respeito com a vontade popular, assim sendo e analisando bem, temos um ganhador sem vitória e um perdedor sem derrota, ou seja há um empate politico:
1.º) 43,11% de Abstenção é claramente uma derrota para este governo;
2.º) O PáF obteve 36,8 % contra 38,9 % do PSD sozinho em 2014, claramente uma derrota;
3.º) A esquerda maioritária inviabilizará um governo de direita, claramente uma derrota;
4.º) Ainda que formem governo, sem conseguir  mas não consigam aprovar a sua agenda, é claramente uma derrota política para o governo.

Então resta perguntar, de facto quem ganho estas eleições e quem as perdeu?
Não interessa quem ganha as eleições, interessa é quem ganha o jogo no xadrez político, sendo que como diz o ditado popular "a procissão ainda vai no adro" pelo que a semana será longa.

Nisto ficamos a aguardar expectantes a decisão do decisor, que diz que raramente tem dúvidas e nunca se engana, ou pelas palavras de Sophia de Mello Breyner: "O velho abutre é sábio e alisa as suas penas, A podridão lhe agrada e os seus discursos têm o dom de tornar as almas mais pequenas".

Posto isto, vamos como diz o povo às favas contadas, ou seja contas feitas à vida, vimos que a coligação PSD-CDS/PP perde:
- 12 deputados para o PS;
- 11 deputados para o BE;
- 1 deputado para a CDU;
- 1 deputado para o PAN.

E agora? ainda querem saber de quem é a vitoria? Calma, ou como diz outro ditado português "até ao lagar dos cestos ainda é vindima".

A semana que ontem nasceu promete ser longa, tudo ainda está em aberto, e o sistema parlamentarista irá mostrar se funciona ou se é mera teoria, pondo também à prova o Presidente da República face ao problema que tem nas mãos.

Contudo, é absurdo que a maioria das pessoas vote à esquerda, mas a minoria de direita é quem detém o poder governa.

No PS os que se acham pavões, são meramente abutres que lançam-se à disputa de despojos de uma derrota que não houve. Foi o interior do PS que tornou em derrota o que na verdade foi um empate, e para desempatar basta haver um acordo com o BE.

Enquanto o PS não se posicionar verdadeiramente à esquerda, como aliás de facto deve ser o seu campo, não voltará a ser alternativa de governo.

Quanto à esquerda, enquanto não se redefinir ideologicamente, não conseguirá mais que uma implosão da esquerda em várias esquerdas de várias forças políticas desunidas, desavindas e que fazem do Partido Socialista o seu pior inimigo isolando-o ao Centro, enquanto é a Direita minoritária que unida desgoverna, humilha e esfola ao sabor dos mando da Troika.



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 3 de outubro de 2015

Cartoon # 22 - Assim São os Abstencionistas

Dia 4 de outubro realizam-se as eleições legislativas em Portugal, para eleger os 230 deputados para o Parlamento, sendo que paira sobre toda a Europa o fantasma do abstencionismo eleitoral, de tal forma que o atual Presidente da República foi eleito à primeira volta tendo havido uma abstenção superior a 54% dos eleitores, o que normalmente em outros países exigira uma segunda volta.


O autor deste Cartoon é Nick Anderson, um cartoonista estadunidense, aqui refere-se ao abstencionismo no Estado do Texas nos Estados Unidos da América, em que os abstencionistas estão convencidos que o seu voto não alteraria nada na vida política do seu País e do seu Estado.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Cartoon # 21 - O Urso Russo Intervém na Síria


Dia 30 de setembro iniciaram-se os ataques aéreos da Russia em solo sírio, para atacar os jihadistas do ISIS, contudo o objetivo de Putin e da Rússia é a manutenção do governo de Bashar El Assad, a intervenção Russa vem alterar o xadrez político militar na região e poderá ser decisiva para o fim das hostilidades.

O autor do Cartoon é Carlos Latuff  de Sousa, um cartonista e blogger brasileiro, que afirma no seu blog que "a função do cartoonista é violentar", querendo dizer com isso, que o objetivo é fazer pensar, inquietar e despertar a nossa consciência.  
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Netanyahu Denuncia com Silêncio os Erros da ONU

Benyamin Netanyahu, impressionou os assistentes no seu discurso durante a 70ª Assembleia das Nações Unidas, ao fazer silêncio durante 45 segundos, como forma de protesto contra o Acordo Nuclear entre o Irão e as potencias mundiais reunidas no G5+1, que são os cinco membros com assentos permanentes no CS Conselho de Segurança da ONU, (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e o Irão, que chegaram a acordo no dia 13 de julho de 2015.
O Acordo Nuclear com o Irão, revela-se como um ato de total ingenuidade política e de falta de lucidez da diplomacia estadunidense, mas também de todos os que com assento na ONU lhe deram aval.
Benyamin Netanyahu cobre-se totalmente de razão da cabeça aos pés, ao denunciar um silêncio sistemático e ensurdecedor dos países representados na ONU, face às ameaças iranianas ao Estado de Israel e ao seu povo, sem falar que as Nações Unidas, são o organismo que por sua vez, coloca ou retira determinados estados da lista de apoiantes do terrorismo consoante interesses geopolíticos, económicos ou meramente para seguir a batuta dos EUA.
As decisões diplomáticas estadunidenses e europeias, têm revelado nos últimos 30 anos, como sendo a principal causa dos principais conflitos,como por exemplo a Guerra Civil Síria e o surto de refugiados para a Europa.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Eduardo Galeano - O Medo Ameaça-nos

O medo ameaça:
Se amas, terás SIDA,
Se fumas, terás cancro,
Se respiras, terás contaminações,
Se bebes, terás acidentes,
Se comes, terás colesterol,
Se falas, terás o desemprego,
Se caminhas, terás a violência,
Se pensas, terás a angustia,
Se duvidas, terás a loucura,
Se sentes, terás solidão.

Para ter fôlego, é preciso ter desalento,
Para levantar-se, há que saber cair,
Para ganhar, há que saber perder,
E temos que saber que é assim a vida,
E que cairás e te levantarás muitas vezes,
E alguns caem e não se levantam nunca mais.
Geralmente esses são os mais sensíveis,
Os mais fáceis de se magoar, vilipendiar,
São as pessoas, a quem a vida é mais sofrida,
São as gentes mais sensíveis, mais vulneráveis,

Em contra-partida, há os "filhos da mãe"
Que se dedicam a atormentar a humanidade,
Vivem à grande, e parece que não morrem nunca,
Porque na verdade, não têm uma glândula
Que aliás é rara, e chama-se consciência,
É essa glândula que nos atormenta à noite.

Creio que o exercício da solidariedade,
quando se pratica de verdade no dia-a-dia
é também um exercício de humildade,
que nos ensina a reconhecermo-nos nos demais,
E a descobrir a grandeza por detrás das coisas pequenas,
O que implica também denunciar
A falsa grandeza das coisas grandinhas.
Num mundo que confunde a grandeza com o grandinho.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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