Eu quis
ser um dia,
Tal com
o em criança eu queria ser,
E
qui-lo verdadeiramente ser,
Em tudo
o melhor de mim.
Um pai
e um filho, um irmão,
Um
marido sem igual,
Um
amigo e um colega,
Um
homem, um cidadão.
Embora
muito aquém
Fui,
fui na exata medida
Daquilo
que deveras,
Podia e
sabia ser.
Falhas
e dúvidas,
Que as
leve o vento,
Que eu
cá não carrego fardos,
Mais que
os que eu invento.
Fui,
fui tudo o que pude,
Na
exata medida
Do que
podia ser,
Eu
mesmo!
E o
destino a isto não castiga,
Porque
fui fogo e fui terra, fui água e ar.
Aprendi
a ser o que a arte obriga,
E sem
saber como, aprendi a amar.
Sem ser
diferente, fui igual
A mim
mesmo, como sonhei,
E
procurei perfeição tal,
Que só
nos limites a encontrei,
Nos
grilhões do tempo impiedoso,
Na
imensidão do espaço desditoso.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.